terça-feira, 24 de agosto de 2010

Teoria platônica da beleza



Para Platão a beleza de um ser material depende  de maior ou menor comunicação que este possua com a Beleza Absoluta, que vive no mundo das Idéias. Ele via o universo dividido em dois mundos, o mundo das ruínas, o nosso mundo, em que vivemos, e o mundo em forma, que seria o mundo da idéias Puras, onde a Verdade, a Beleza, e o Bem são essenciais superiores.

Para Platão a alma é atraída pela Beleza, pois sua pátria natural é o mundo das essências.  Para ele, a alma é eterna, e por já ter contemplado a Beleza Absoluta no mundo das Essências puras sente insuperável saudade. A alma sabe tudo e se nos não a acompanhamos nesse conhecimento é porque a nossa parte material faz com que esqueçamos do que a alma sabe.

No ”banquete”, dialogo platônico, Platão diz que só o “caminho místico” é capaz de transportar o homem do mundo das coisas sensíveis e grosseiras ate o mundo das Idéias.  Para ele, o caminho da alma que quer se elevar é o amor. O homem que deseja contemplar e unir-se a Beleza, começa de forma primitiva, desejando um corpo bonito. Porém se ele for um homem superior descobrirá que a beleza de todos os corpos é uma só, passando a amar todos os corpos e a beleza existente neles. O passo seguinte é o qual o amador descobre que a beleza do corpo está sujeita a decadência então ele contemplará a beleza que existe nos costumes e nas leis morais.

Assim, pelo caminho do amor, primeiro físico e depois espiritual, o homem pode elevar a beleza sensível até a contemplação extática da Beleza Absoluta.

Para Platão a Beleza causava enlevo, prazer, arrebatamento, deleitacão. A contemplação da Beleza era, em essência, uma recordação.  A teoria da reminiscência de Platão era o fato da alma recordar as realidades do outro mundo, pois a alma era imortal e já havia contemplado todas as coisas, não havia nada que ela não conhecesse.

Para Platão, então, a beleza de uma mulher, por exemplo, seria maior quanto mais se aproximasse mulher ideal que existiria no mundo das Idéias. Essa beleza era o reflexo da beleza absoluta. As coisas corpóreas seriam meras imitações desses  modelos ideiais.


Estética: Introdução Conceitual

Conceituação

Encontramos três significados para a palavra estética:
como beleza física, que está ligada a estética corporal e facial;
como um conjunto de características formais, onde pode ser também um estilo (renascentista, socialista);
e ainda como um ramo da filosofia que estuda racionalmente o belo e o sentimento que suscita nos homens.


Etimologia da palavra

A palavra estética vem do grego aisthesis que significa “faculdade de sentir”, “compreensão pelos sentidos”, “percepção do todo”

O belo e o feio: a questão do gosto

De Platão ao Classicismo, os filósofos tentaram fundamentar a objetividade da arte e da beleza. Para Platão a beleza é única idéia que resplandece o mundo.

No Classicismo é o objeto que passa a ter qualidades que o tornam mais ou menos agradável, independente de quem o percebe.
Já para Hume, o belo não está mais no objeto e sim nas condições de recepção do sujeito. “Gosto não se discute.”

Kant tenta superar essa dualidade objetividade-subjetividade e afirma que belo é “aquilo que agrada universalmente, ainda que não se possa justificá-lo intelectualmente”. Para ele parte da beleza tem que  estar no objeto, mas a subjetividade também precisa ser considerada.

Hegel introduz o conceito de história. A beleza muda de face e de aspecto através dos tempos. As coisas, a arte e o belo estão em mudança porque o sujeito também está em mudança.

Hoje em dia, consideramos o belo com uma qualidade de certos objetos que nos são dados à percepção.

Não existe mais a idéia de um único valor estético a partir do qual julgamos todas as obras. Cada objeto singular estabelece seu próprio tipo de  beleza.


A recepção estética

A experiência estética ou experiência do belo é gratuita, é desinteressada, ou seja, não visa um interesse pratico imediato.

A experiência estética á experiência da presença tanto do objeto estético como do sujeito que o percebe.