terça-feira, 16 de novembro de 2010

Analise de um desfile

http://vimeo.com/9383843

Alexander Mcqueen foi um talentoso estilista inglês, considerado um dos gênios da moda contemporânea. Imprimia seu senso único de ousadia à moda mundial e influenciou uma geração de designers. Sua imaginação era brilhante, não conhecia limites, e trazia criações extraordinárias coleção apos coleção.  Seus  desfiles eram sempre teatrais e marcantes, como o Plato’s Atlantis  (Atlântida de Platão) da coleção primavera/verão de 2010.
A lenda da Atlântida de Platao é conhecida tanto dos historiadores e arqueólogos como dos leitores curiosos. Conta-se que a Atlântida era uma ilha localizada "além dos Pilares de Hércules" cujos habitantes eram sábios e portadores de grandes riquezas. No entanto, esse mundo perfeito sofreu um revés. Zeus, um dos principais deuses gregos da Antiguidade, ficou enfurecido ao constatar que os habitantes da ilha se tornaram perversos e gananciosos, e fez com que ela desaparecesse em meio a terremotos e tempestades.
Conforme narra Platão, a Atlântida era uma ilha gigante - maior que a Ásia Menor e a Líbia juntas (ou seja, a parte asiática da Turquia e uma parte da porção norte da África). Estava localizada além do atual Estreito de Gibraltar, conhecido então por Pilares de Hércules. Ainda segundo o filósofo, os ambiciosos habitantes da Atlântida chegaram a conquistar grandes territórios da Europa e da África, até serem derrotados pelos atenienses e seus aliados, antes da tragédia encomendada pelos deuses. A lenda foi usada por Platão em dois de seus escritos, Crítias e Timeu, para descrever uma sociedade ideal, destruída em razão de seus próprios vícios. Ou seja, era um modelo para inspirar os cidadãos atenienses de sua época. A história, contada por meio de um diálogo entre Crítias e Sócrates, filósofo grego de quem o próprio Platão havia sido discípulo, espalhou-se pelo mundo árabe e, séculos mais tarde, foi recuperada no Ocidente.

O desfile começa com um video de uma mulher nua se contorcendo na areia, com serpentes pelo corpo. Na passarela Duas cameras que pareciam aliens deslizavam pela passarela projetando imagens das modelos e da platéia numa tela gigantesca que servia como pano de fundo, dando a impressão de estar no imenso laboratório futuristico.
Ele nos apresenta mulheres mutantes. A primeira série de looks é composta de estampas caledoscópicas, cheio de padrões animais e texturas orgânicas. As cores desse primeiro bloco sao marrom, verde, amarelo, laranja, dourado e bronze.
Já a segunda série representa a descida ao mar profundo onde as peças sao fluídas como água e as modelos se transformam criaturas marinhas com visual mais alienígena, com penteados altos e maquiagem com implantes no rosto que mostra a mulher sofrendo essa mutação.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Teoria Hegeliana da Beleza

Hegel foi o maior dos pensadores idealistas alemães do século XIX. Ele sitematizou e aprofundou com mais rigor o pensamento de Schelling.
De acordo com Hegel, “a unidade da Idéia e da aparência individual é a essência da beleza e de sua produção na Arte”
Hegel distingue a Beleza da Verdade afirmando que “ A verdade é a Idéia enquanto considerada em si mesma...Quando a verdade aparece imediatamente à consciência na realidade exterior, e a Idéia permanece identificada e unida com sua aparência exterior, então a Idéia não é somente verdadeira, mas bela. A Beleza se define portanto como a manifestação sensível da Idéia.”
Ele critica a visão Kantiana da Beleza como algo não-conceitual e diz que “...sendo a Beleza um certo modo de exteriorização e representação da Verdade, por todas as suas faces, ela se oferece ao pensamento conceitual.
Distingue Idéia, que, considera enquanto si mesma, é a Verdade, do Ideal, que é a Beleza, a Verdade exteriorizada no sensível e no concreto.
Hegel também fala sobre Liberdade e Necessidade: “...liberdade é aquilo que a subjetividade contem e pode captar em si mesma de mais elevado....enquanto a liberdade permanece subjetiva e não se exterioriza, o sujeito se choca com o que não é livre, com o que é puramente objetivo, isto é, com a necessidade natural.
Outros conceitos abordados são da Liberdade e Necessidade: “... A liberdade é a modalidade suprema do Espírito. Ora, enquanto a liberdade permanece puramente subjetiva e não se exterioriza o sujeito de choca com o que não é livre, como que é puramente objetivo, isto é, com a necessidade natural...”
De acordo com a visão Hegeliana do mundo, a Arte, a Religião e a Filosofia são etapas fundamentais nesse caminho do homem à procura do Absoluto. À arte, cabe a espiritualização do sensível, a Religião, a captação interior daquilo que a Arte faz contemplar como objeto exterior e a Filosofia representa a síntese entre a Arte e a Religião, como se esta fosse a tese e aquela a antítese.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Teoria Kantiana da Beleza

O juízo de Conhecimento e o Juízo de Gosto

Kant pretendia deslocar o centro de existência da Beleza do objeto para o sujeito.
Tentava demonstrar que os problemas estéticos eram insolúveis. As impossibilidades de resolver esses, adviria da diferença radical existente entre os juízos estéticos, (ou juízos de gosto), e os juízos de conhecimento.
De acordo com ele, os juízos de conhecimento emitem conceitos que possuem validez geral, por se basearem e propriedades do objeto.
Já os juízos estéticos não emitem conceitos: decorrem de uma simples reação pessoal do contemplador diante do objeto, e não de propriedades deste.

O Juízo estético e o Juízo sobre o Agradável

O juízo de gosto é totalmente subjetivo e o juízo de conhecimento fornece conceitos de validade geral. Alem destes, Kant distingue ainda o juízo estético do juízo do agradável, que é baseado na pura sensação subjetiva.

Primeiro Paradoxo Kantiano sobre a Beleza

O juízo estético é ambíguo. Como o juízo sobre o agradável, ele também se baseia numa simples sensação de prazer que o sujeito experimenta diante do objeto; mas difere pois a pessoa que contempla não se conforma de que algo seja belo somente para ela.
Quanto ao juízo do conhecimento ele se assemelha pois exigimos para ele validade geral e se difere pois o juízo estético não se baseia em conceitos, e sim numa sensação.
Juízo de conhecimento – conceito, validez geral
Juízo sobre o agradável – sensação, reação puramente pessoal do sujeito, ausência, de validade geral.
Juízo estético – sensação agradável  do sujeito, ausência de conceito, mas exigência de validez universal
O juízo estético não exprime nenhum conceito fornecido pelas propriedades do objeto, mas uma sensação que foi agradável ao sujeito.
Para Kant, a Beleza, “a satisfação determinada pelo juízo de gosto”, é “aquilo que agrada universalmente sem conceito”


Segundo Paradoxo Kantiano sobre a Beleza

É uma necessidade subjetiva, mas que parece objetiva.  Quando o sujeito emite um juízo estético, não esta exprimindo um conceito decorrente das propriedades do objeto, mas apenas uma sensação de prazer. No entanto, o sujeito exige a validez universal. O sujeito vai procurar questões objetivas para justificar as características que encontrou.

Terceiro Paradoxo Kantiano sobre a Beleza

A relação entre interesse (agradável) e desinteresse (estético).
O sentimento da Beleza é uma sentimento contemplativo, “é um prazer desprovido de interesse”.
Quando experimentamos algo, ou julgamos, estamos no campo do agradável, querendo valorizar ou desvalorizar. Só podemos ter uma experiência estética plena se não tivermos um conhecimento daquilo previamente.

Quarto Paradoxo Kantiano sobre a Beleza

Distingue o fim da finalidade. O fim está ligado ao objeto e à sua destinação útil (estamos no campo do agradável, não tem experiência  estética); e a finalidade está ligada à forma e ao sentimento de prazer ou desprazer que desencadeia no sujeito.


Beleza Livre e Beleza Aderente

Kant chama a Beleza ligada as artes figurativas de aderente (porque ela adere ao conceito que fazemos das coisas representadas) e chama de livre a que se liga as artes abstratas, que representam formas puras.  Para Kant a única Beleza esteticamente pura seria a concepção do prazer desinteressado, assim como a satisfação determinada pela Beleza livre.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Análise de um Objeto

Cadeira Barcelona - Mies Van Der Rohe

Platão-
Platão via o universo dividido em duas partes,  o mundo das Idéias, onde  a Verdade, o Bem e a Beleza eram essenciais superiores e o mundo das Ruínas, o nosso mundo, o mundo real, aonde a morte, o impuro e a imitação existiriam e nunca seriam perfeitos e puro como no mundo das Idéias.
Ele acreditava que nos precisávamos desconfiar dos nossos sentidos, porque muitas vezes podíamos ser enganados por ele. Podíamos ver algo, por estar com necessidade desse algo. Dizia que precisavamos encontrar a essência das coisas.
Essa cadeira Barcelona, que escolhi, para Platão, nunca seria absolutamente bela, plena e perfeita, pois ela se encontra concretizada no mundo real. Ela seria apenas uma mera interpretação de que é uma cadeira no mundo das idéias, perdendo assim sua perfeição, que só poderia existir caso ela estivesse no mundo das Idéias.  Porém, isso não impede que a cadeira Barcelona seja percebida como bela para nós.

Aristóteles-
Para Aristóteles a beleza de um objeto depende de uma ordenação, ou harmonia, existente entre esse objeto e sua relação com o todo. Dizia que o belo exigia uma grandeza ou imponência e ao mesmo tempo uma proporção e medida nessa grandeza. A beleza era caracterizada pela ordem, harmonia, grandeza e se preocupava com a medida e proporção.
Para ele, a Beleza, seria propriedade do objeto e não um empréstimo de luz superior, como dizia Platão. Não procurava outra forma de explicar a Beleza de um objeto alem do próprio objeto.
Sendo assim, para Aristóteles essa cadeira seria bela, pois ela é proporcional às medidas de um homem, para quem foi projetada.